Desafios da Ação Docente…
A escola define-se como um espaço de socialização e de aprendizagem únicos. O comprometimento com tal conceção, implica a aceitação de que a escola, solitariamente, não conseguirá, de todo, mudar a realidade vivida da sua população. Discutir hoje a educação de alunos em risco implica resgatar o sentido da escola numa perspetiva inclusiva, enquadrando esta num entendimento mais vasto de escola, de currículo e de cultura. A escola não é inclusiva só porque a anunciamos como tal, nem a educação é um processo que se restringe a sujeitos incluídos e excluídos. A escola inclusiva não deve ser percebida apenas como sinónimo de escola regular ou o resultado da escola que se tem.
(re) Pensar a escola pública e a resposta que esta deve dispensar às populações com necessidades educativas especiais da educação especial é um propósito digno, embora se deva ter a perceção clara de quem é e quais os significados de ser elegível para esta reposta educativa, sob pena de se propagar a imagem de um aluno e se organizar a ação de uma escola que não existe em concreto. Torna-se importante e fundamental esta clarificação sobretudo quando é entre os muros e as paredes de sala de aula, que tudo sucede e de que tudo se espera, inclusivamente milagres e papéis que a escola tem muitas vezes e legitimamente manifesta dificuldade em cumprir.
A escola não pode apenas ser considerada como um espaço formal para aprendizagem, mas constituir-se como uma janela de oportunidade para a socialização das crianças e dos jovens. Uma escola resiliente desenvolverá experiências como desafios e não como ameaças, construirá interações de qualidade com estabilidade e coesão, organizando uma rede de apoio com o ambiente que demonstre disciplina e regra, mas também reconhecimento e aceitação, no pressuposto que um dos aspetos interligados com a deficiência é o ambiente em que se integram os indivíduos.
Concluiu-se, após 4 sessões , e num total de 15h (0.6 UC) a ação de formação na modalidade de curso, subordinada ao tema “Quando a Inclusão não deve ter limites…Igualdade de Oportunidades de Acesso e Sucesso Escolar”, protagonizada pelo grupo de Educação Especial da nossa escola. Como acção de sensibilização, estamos em crer que os objetivos inicialmente considerados, foram de todo, concretizados. A participação, entusiasmo e empenho dos formandos muito contribuiu para que tal fosse uma realidade.
Na primeira sessão realizada a 7 de dezembro de 2013, sábado, enquadrada em forma de seminário e aberta a toda a comunidade escolar, foram convidados como oradores os Mestres Serafim Queirós da DGESTE Norte e Vitor Tété do Agrupamento Eugénio de Andrade, onde se debateu amplamente o DL 3/2008 de 07 de janeiro e as suas implicações, nomeadamente no ensino secundário, agora com o alargamento da escolaridade obrigatória.
Na segunda sessão foi abordado o contexto histórico e enquadramento evolutivo da educação especial, com relevo para as vicissitudes e entendimentos do conceito de Necessidades Educativas Especiais através dos últimos tempos.
Uma sessão prática, a terceira, de língua gestual portuguesa, com a presença de um professor surdo de LGP, remeteu-nos para os caminhos de outras línguas de corpo inteiro e outras culturas e outro sentido de exercer a cidadania. Na sessão final, apostou-se numa sessão novamente prática, assente na dinamização de estratégias de ensino cooperativo em sala de aula suportada por dinâmica de grupos, procurando evidenciar o ensino colaborativo como boa fonte de suporte de ajuda a alunos que exercem dificuldades na escola.
Consideramos esta ação como um princípio de outras ou muitas outras, sempre dentro de um espaço preponderante, atual e reativo, isto é, os desafios da ação docente!



