Blogue

A arte de ser diferente através do livro Reflexão sobre a existência da pessoa para si e sob a perspetiva do outro

28-05-2014 15:16

No passado dia 24 de Abril, o escritor Richard Towers, criador de um novo conceito literário – o Livro-Objeto –, apresentou a sua obra à nossa comunidade escolar, no âmbito da temática “a perspetiva do eu...”, numa atividade dinamizada pelo grupo de Educação Especial. 

As apresentações foram divididas em três sessões, que decorreram ao longo do dia, e tiveram lugar no pequeno auditório. Num ambiente intimista e descontraído, o autor começou por explanar a ideia que subjaz ao seu conceito, explicando a versatilidade dos seus livros, a forma como se transformam em objeto lúdicos ou de utilidade prática, tal como o livro-relógio “Tempo”, que depois de lido pode ser utilizado como relógio de parede, o livro-espelho “Reflexos”, que tem como capa um espelho, ou, ainda, o livro-xadrez “O Desafio”, que tem um tabuleiro como capa e vem acompanhado de 32 peças em madeira. Os alunos foram convidados a participar e fizeram-no de forma ativa e interessada, revelando curiosidades várias, desde o funcionamento dos livros até às temáticas abordadas, que remeteram para assuntos do quotidiano, tal como as várias dimensões do tempo, as “máscaras” que se escondem por detrás do espelho ou os desafios que temos de vencer ao longo da vida. Percebeu-se o crescente entusiasmo pela forma como se concluíram as sessões: em absoluto silêncio perante a narrativa do livro “O Desafio”, em que todos queriam saber o final, mas que o autor fez questão de não desvendar...

Em suma, promoveu-se a aproximação dos alunos ao autor e ao seu novo conceito literário, mostrando que a diferença pode, e deve, ser positiva e capaz de gerar novas formas de comunicação, quer seja pela arte, quer seja nas asas da imaginação.   

“Quando a Inclusão não deve ter Limites…Igualdade de Oportunidades de Acesso e Sucesso Escolar”

28-05-2014 00:00

Desafios da Ação Docente…

A escola define-se como um espaço de socialização e de aprendizagem únicos. O comprometimento com tal conceção, implica a aceitação de que a escola, solitariamente, não conseguirá, de todo, mudar a realidade vivida da sua população. Discutir hoje a educação de alunos em risco implica resgatar o sentido da escola numa perspetiva inclusiva, enquadrando esta num entendimento mais vasto de escola, de currículo e de cultura. A escola não é inclusiva só porque a anunciamos como tal, nem a educação é um processo que se restringe a sujeitos incluídos e excluídos. A escola inclusiva não deve ser percebida apenas como sinónimo de escola regular ou o resultado da escola que se tem.

 (re) Pensar a escola pública e a resposta que esta deve dispensar às populações com necessidades educativas especiais da educação especial é um propósito digno, embora se deva ter a perceção clara de quem é e quais os significados de ser elegível para esta reposta educativa, sob pena de se propagar a imagem de um aluno e se organizar a ação de uma escola que não existe em concreto. Torna-se importante e fundamental esta clarificação sobretudo quando é entre os muros e as paredes de sala de aula, que tudo sucede e de que tudo se espera, inclusivamente milagres e papéis que a escola tem muitas vezes e legitimamente manifesta dificuldade em cumprir.

A escola não pode apenas ser considerada como um espaço formal para aprendizagem, mas constituir-se como uma janela de oportunidade para a socialização das crianças e dos jovens. Uma escola resiliente desenvolverá experiências como desafios e não como ameaças, construirá interações de qualidade com estabilidade e coesão, organizando uma rede de apoio com o ambiente que demonstre disciplina e regra, mas também reconhecimento e aceitação, no pressuposto que um dos aspetos interligados com a deficiência é o ambiente em que se integram os indivíduos.

Concluiu-se, após 4 sessões , e num total de 15h (0.6 UC) a ação de formação na modalidade de curso, subordinada ao tema “Quando a Inclusão não deve ter limites…Igualdade de Oportunidades de Acesso e Sucesso Escolar”,  protagonizada pelo grupo de Educação Especial da nossa escola. Como acção de sensibilização, estamos em crer que os objetivos inicialmente considerados, foram de todo, concretizados. A participação, entusiasmo e empenho dos formandos muito contribuiu para que tal fosse uma realidade.

Na primeira sessão realizada a 7 de dezembro de 2013, sábado, enquadrada em forma de seminário e aberta a toda a comunidade escolar, foram convidados como oradores os Mestres Serafim Queirós da DGESTE Norte e Vitor Tété do Agrupamento Eugénio de Andrade, onde se debateu amplamente o DL 3/2008 de 07 de janeiro e as suas implicações, nomeadamente no ensino secundário, agora com o alargamento da escolaridade obrigatória.

Na segunda sessão foi abordado o contexto histórico e enquadramento evolutivo da educação especial, com relevo para as vicissitudes e entendimentos do conceito de Necessidades Educativas Especiais através dos últimos tempos.

Uma sessão prática, a terceira, de língua gestual portuguesa, com a presença de um professor surdo de LGP, remeteu-nos para os caminhos de outras línguas de corpo inteiro e outras culturas e outro sentido de exercer a cidadania. Na sessão final, apostou-se numa sessão novamente prática, assente na dinamização de estratégias de ensino cooperativo em sala de aula suportada por dinâmica de grupos, procurando evidenciar o ensino colaborativo como boa fonte de suporte de ajuda a alunos que exercem dificuldades na escola.

Consideramos esta ação como um princípio de outras ou muitas outras, sempre dentro de um espaço preponderante, atual e reativo, isto é, os desafios da ação docente!